terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Economia Criativa

No museu-fazenda Inhotim está um bom exemplo do que são as possibilidades da economia criativa
(texto de Gilberto Dimenstein, de 02/08/2010) 

COMUNICADORES, artistas, educadores e acadêmicos se reuniram, no mês passado, em Brumadinho, cidade de 30 mil habitantes no interior de Minas Gerais, para discutir o futuro da transmissão do conhecimento no século 21. A escolha do lugar teve apelo simbólico: apesar de a cidade lembrar o século 19, com carroças puxadas a cavalo e gente conversando na calçada, uma inovação colocou-a nos circuitos culturais mais refinados do mundo, de Londres a Nova York, passando por Paris e Milão.
Durante os debates, o economista Claudio Moura Castro sugeriu instalar ali uma espécie de centro mundial de inovação, atraindo talentos de todo o planeta, cujas palestras seriam transmitidas em tempo real.
Brumadinho provoca tanto a imaginação porque um empresário (Bernardo Paz) transformou uma fazenda no maior museu de arte contemporânea de que se tem notícia, batizado de Inhotim.
Passa-se, em minutos, do século 19 ao 21, ao cruzar as ruas do pacato povoado interiorano até a entrada do museu-fazenda. Está ali um bom exemplo do que significam as possibilidades da economia criativa. O tema é incipiente na agenda dos candidatos, mas nele reside o futuro, a nova forma de trabalharmos, aprendermos e nos comunicarmos.
Graças ao museu, a cidade recebe milhares de turistas. Já se planeja construir um hotel, um clube, um aeroporto e uma faculdade.
Investir em museus ajudou a recuperar o ambiente de modernidade de Londres. No Reino Unido, a preocupação com a perda de empregos industriais levou à criação de um ministério para desenvolver a economia criativa, que inclui cinema, teatro, design, games, moda, software, mercado editorial etc.
O projeto foi levado tão a sério que o currículo escolar foi modificado para estimular a formação de trabalhadores mais criativos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário