quinta-feira, 7 de abril de 2011

Renovando o prazer de trabalhar junto

Trecho da entrevista com o grupo STOMP, publicada na Revista da Fundação Cultural de Curitiba, em Agosto/2010. 
"Todo show é ensaiado ou há improvisação?
Cada show é novo e diferente. Existe uma estrutura que é seguida, mas temos espaço para a improvisação. Muitos dos artistas estão envolvidos com o grupo há oito anos ou mais. Eles se mantêm no show por tanto tempo porque toda noite, quando começamos, não sabemos ao certo o que vai acontecer."
A resposta acima é de Donisha Brown, um dos integrantes deste grupo inglês. Apesar de concisa, levanta várias questões interessantes para o nosso dia-a-dia: Como está minha capacidade de improvisação dentro e fora do trabalho? Estou oferecendo oportunidades para que algo novo surja dentro da empresa? Ou será que estou apenas ligado no "piloto automático"?  
Para conhecer um pouco mais sobre o STOMP, um grupo que é referência quando o assunto é criatividade e inovação, acesse este link no Youtube.
http://www.youtube.com/watch?v=US7c9ASVfNc 

terça-feira, 5 de abril de 2011

Vik Muniz e o direito à cultura

A grande crise de relevância que a arte contemporânea atravessa hoje em dia não é por falta de público, cultura ou interesse; é pelo preconceito conservador e paranóico de pessoas que vêem a cultura como um privilégio, e não como um direito. (entrevista concedida a Luciano Trigo)

Vik Muniz fala sobre maturidade profissional

Depois de mais de 20 anos de carreira, eu vejo a coisa mais ou menos assim: quando o artista é jovem, ele possui uma necessidade imensa de mostrar para o mundo quem ele é, seu intelecto, sua cultura, criatividade, talento e destreza manual. O artista jovem quer mostrar ao mundo que, em meio a tantos outros artistas jovens, ele é o melhor, um candidato a um lugar de destaque na história e na memória popular. À medida que o tempo vai passando, e este artista jovem vai testando seus talentos com certo sucesso em meio a um publico especializado, ele começa a entender que mesmo um grande cérebro é sempre um grande “um”, e que o segredo da continuidade evolutiva de seu trabalho reside em uma aprendizagem fria e desapegada de como analisar a opinião publica. Para mim esse momento marca a minha maturidade intelectual; saber que estou sempre fazendo a metade do trabalho, e que o resto quem faz é o publico. Reconhecer isso requer uma certa humildade, que os jovens não possuem. A partir dai você começa escutar o mundo à sua volta, as conversas no quiosque, as crianças, seus assistentes, os colecionadores, os guardas do museu. Ao contrario de antes, o mundo passa a refletir o seu trabalho. Isso gera uma satisfação indescritível e uma responsabilidade avassaladora. É desse momento, quando qualquer pessoa pode entrar em seu estúdio e fazer algo que você faz, é dessa vulnerabilidade que eu tiro proveito para tecer conceitos mais sutis, mais independentes. Eu não consigo mais me enganar com a ideia que ninguém é capaz de fazer o que faço, mas sei ter sido o único capaz de ter feito o que fiz na mesma ordem e proporção. (entrevista concedida a Luciano Trigo)